Se for por amor, por que não?

Certa vez, estava eu em uma rodinha de jovens evangélicos, onde o assunto era namoro, quando de repente um jovem fala: “Jamais que eu vou mudar por causa de uma namorada, se ela falar assim pra mim, eu namoro você, mas eu não quero mais que você use boné, eu falo que eu gosto de usar boné e ela tem que me aceitar do jeito que eu sou.”.
Foi então que eu fiz a mim mesmo a pergunta: Por quê?
Eu já ouvi essa mesma frase de várias formas, várias vezes e de várias pessoas, mas nunca tinha refletido sobre ela, e quando fiz isto e percebi o que ela significa, eu me entristeci, porque ouvi isso em uma rodinha de jovens evangélicos. A princípio, já detectei certa arrogância neste modo de pensar, e pouco tempo depois, já estava convicto de sua presença juntamente com uma grande desvalorização do amor.
Bem, digo isso pelos motivos a seguir.
Se um cristão estiver pensando em namorar alguém, não vai pensar em beijar sem ter qualquer compromisso, começar um namoro é assumir um compromisso mutuamente com alguém que também, assim como você, decidiu amar. E se eu realmente decidi amar essa pessoa, eu tiraria o boné, o meu sangue, minha vida por essa pessoa, afinal, eu amo.
Então, o amor não tem o mesmo valor que tem na Bíblia ou não damos o seu devido valor, pois vemos na bíblia algumas passagens bem interessantes a esse respeito, como em 1 Coríntios 13, o amor sendo o dom supremo e em Filipenses 2: 5 - 8, o exemplo de Jesus na humilhação, “ele subsistindo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens, e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz”.
E se Jesus que é o exemplo que devemos seguir, se humilhou tanto só por te amar, por que ter essa arrogância de dizer que não vai mudar? Quem pensa assim, faz parte dos que sofrem da “síndrome de Gabriela” (eu nasci assim, eu cresci assim, vou morrer assim, Gabrieeela). Por acaso não somos conhecidos entre nós como convertidos, como aqueles que mudaram suas trajetórias de perdição para o caminho da vida, afinal, se não mudarmos nada em nossa vida por nada que aconteça nela, como poderemos dizer que nos convertemos?
Conversão implica em mudança. E sendo que o amor é o dom supremo, e eu como cristão tendo a obrigação de amar até os meus inimigos, quanto mais a pessoa que juntamente comigo se tornará uma só; será que não teria eu, amor suficiente para mudar?
Se for por amor, por que não?
Lucas Fabiano Rodolfo
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